quarta-feira, outubro 08, 2008

Casamento da Rússia com a Alemanha?

Este ano, o FMI não incluiu a Rússia e a Alemanha no quadro (aqui reproduzido) das suas previsões para 2009. Para o FMI, estarão os dois já a viver em união de facto? Numa união com consequências de todo imprevisíveis?


Milhares de cristãos perseguidos na Índia

Na Índia, a violência contra os cristãos voltou a explodir este Verão, tendo já um saldo aterrador: 60 mortos, 18 mil feridos, 178 Igrejas e mais de 4600 casas destruídas, incluindo escolas e centros sociais. Cerca de 50 mil cristãos terão já abandonados as suas comunidades, procurando refugio em campos protegidos ou nas florestas.

Os fanáticos hindus repetem na Índia as acusações que outros fanáticos anti-cristãos têm lançado noutros locais e períodos históricos: os cristãos estariam a realizar conversões forçadas entre os pobres.

No caso da Índia, o efeito da pregação cristã é devastador para o sistema social e religioso hindu. Ao pregarem a igualdade entre os homens, os cristãos põem em causa a estrutura social piramidal das castas, fundamento das hierarquias sociais hindus.



http://chiesa.espresso.repubblica.it/articolo/207048?eng=y


quinta-feira, outubro 02, 2008

Pequim



A imprensa está hoje saturada com prognósticos económicos e financeiros muito pessimistas. François Fillon, primeiro-ministro francês, detém já o record ao dizer que o mundo enfrenta a pior crise financeira desde o crash de 1929. Em lugar de destaque na BBC londrina, o dr. Roubini -“Dr. Doom”, como é conhecido em Nova Iorque - não desarma, continuando a profetizar para amanhã "o fim do império americano".

Deve ser atribuída credibilidade a estes profetas da desgraça? Os números disponíveis indicam que os Estados Unidos e os grandes da Zona Euro poderão estar a entrar em recessão. Mas será a próxima recessão equivalente à depressão dos anos 30?

Nos anos 30, a recessão precedeu as falências dos bancos. Estamos em situação inversa, com a economia mundial a crescer perto dos 4%. Hoje, é uma certa classe política quem está a lançar o pessimismo e quem está a estatizar o mercado. Até agora, apenas foi permitida uma falência, no que mais parece ter sido a criação de um bode expiatório. Hoje, é o estado americano quem decide quem deve ou não deve sobreviver.

Verificados os dados disponíveis, é possível começar a falar-se de recessão em alguns países do ocidente, mas por enquanto numa recessão menos grave do que a dos anos 80. Uma pergunta se impõe: porque é que os Paulson e os Fillon estão a semear tanto alarmismo? Com que objectivo se tem estado a orquestrar o que bem pode vir a transformar-se numa catástrofe financeira e numa verdadeira recessão, se não mesmo numa depressão?

A Rússia está a ser penalizada e dentro do império americano os dados parecem claros: estamos a assistir à maior transferência de dinheiro e de poder da sua história. Não tem essa transferência de poder outras implicações externas? Uma outra pergunta, inquietante, não pode deixar de se colocar: como é que vão reagir os países da Organização de Cooperação de Xangai?

Morgan Stanley - um dos gatos que mais tem estado a engordar com a actual "crise financeira" em Wall Street - não esconde a sua ansiedade .

Outra incógnita está na União Europeia, com o Euro a ser colocado à beira do abismo.

Em Washington, creio que os olhos estão postos em Xangai e, sobretudo, em Pequim. Da resposta de Pequim ao problema de Wall Street pode vir a depender a dimensão do desastre financeiro e económico nos Estados Unidos e, por extensão, na Europa. Até onde irão cair os grandes da União Europeia? Até quando se manterá o Euro?

Nos tempos mais próximos, iremos decerto assistir ao desdobrar do "plano Roubini", a começar por uma concertada descida geral das taxas de juros. Afinal, não foi Roubini quem "previu" tudo isto em Fevereiro passado?  

Lá mais para diante, quando a "equipa Obama" tiver garantida a posse na Casa Branca, o tema da crise financeira vai decerto desaparecer dos noticiários... se Pequim o permitir.